Coordenação no CDCC: Angelina Sofia Orlandi e Antonio Carlos de Castro
Relatório Final
Angelina Sofia Orlandi
Antonio Carlos de Castro
A prática das propostas deste programa de ensino de Ciências, baseado na articulação entre a experimentação e o desenvolvimento da expressão oral e escrita, iniciou-se na década de 90, em Chicago, pela ação do prêmio Nobel de Física, Leon Lederman.
Em 1995, Georges Charpak, prêmio Nobel de Física - 92, conhece este método de ensino, aplicado então a crianças de 5 a 12 anos de idade. Diante da necessidade de uma renovação no ensino de ciências e tecnologia na escola francesa e do desenvolvimento da expressão oral e escrita dos alunos, este pesquisador, juntamente com a Academia de Ciências, implanta esta proposta na França. Este programa, “La main à la pâte”, baseado no principio de adesão voluntária, atinge mais de 100.000 salas de aula.
O sucesso do projeto na França levou, através de cooperações internacionais mediadas pelas Academias de Ciências locais, à difusão da metodologia em diversos paises. Visando permitiruma maior colaboração entre os paises parceiros criou-se um site internacional com o objetivo de¹:
... apoiar todos aqueles que desejarem praticar as ciências na sala de aulas juntando para isso os recursos pedagógicos e favorecendo o intercâmbio entre os diversos atores do ensino das ciências e da tecnologia no mundo. Por agora, o site está funcionando a título experimental em 7 países: na Bélgica, no Brasil, no Canadá (Quebec), na Colômbia, no Egito, na França e em Marrocos. Mas deverá abrir-se muito em breve a novas terras e a novas línguas...
O lançamento do site, em 3 junho de 2003, foi marcado pela realização de um desafio entre classes dos 7 paises participantes. Alunos de idade compreendida entre os 9 e 10 anos construíram estruturas com até 100 canudinhos e 100 clipes, baseando-se no módulo de construções do programa Insights².
As construções foram realizadas simultaneamente pelas equipes que puderam acompanhar o desenvolvimento do trabalho uma das outras por conexão via Internet (áudio e vídeo). Os trabalhos foram examinados por um júri presidido pelo Professor Doutor Georges Charpak.
A participação das equipes do Brasil
Em São Carlos, devido ao grande número de escolas interessadas em participar, foi realizado um pré-desafio com o objetivo de escolher três grupos que representariam o Brasil no desafio internacional.
Este pré-desafio foi realizado no dia 21 de maio no Ginásio de Esportes do CEFER/USP de São Carlos, seguindo as mesmas normas do desafio internacional. A atuação das equipes e as construções realizadas foram registradas em vídeo e fotos pelo setor de audiovisual do CDCC.
Participaram 12 grupos de escolas públicas do estado, sendo 4 grupos no período da manhã e 8 no período da tarde, totalizando 124 alunos. O CDCC forneceu transporte e lanches para os participantes.
Resultados
Para participar no Desafio Internacional que ocorreu no dia 03 de junho de 2003, foram
classificados 3 grupos:
Escola: Escola Estadual Prof. Bento da Silva César
Professora: Roselene do C. Moreno
3ª série
Escola Estadual Péricles Soares
Professora Amarilza Helena Graneir Peres
4ª. Série
E.E. Prof. Andrelino Vieira
Professora Rosinéia do Carmo Pereira Araújo
3ª. Série
Regras
A construção:
Cada classe deverá ter seu projeto preciso de construção por ocasião da realização do desafio. Os grupos terão a liberdade de escolher a forma de sua construção sabendo que ela deverá ser estável e ter altura mínima de 30cm. As classes montarão a estrutura de sua escolha que será fotografada após o término. Esta foto servirá para apresentar o projeto às demais classes (internacionais).
As categorias do desafio:
Os grupos poderão participar em 6 categorias:
1 – altura
2 – beleza
3 – semelhança com a construção de referência
4 – resistência
5 – concepção
6 – originalidade
O material:
-100 canudos. Tendo em conta a variabilidade de diâmetro e de qualidade nos diferentes
países recomenda-se usar os canudos mais comuns no comércio.Os alunos poderão cortar os canudos e também podem encaixá-los entre si.
-100 clipes de cerca de 20mm cada. Não podem ser modificados antes do desafio.
-Elásticos/arruelas de cerca de 10g cada /balança (precisão de 1g) – ver o teste de
resistência.
-Materiais diversos: papel de presente, impressos, durex, cola, tesoura, barbante – ver
decoração.
A decoração:
É feita com materiais que não os canudos e os clipes, e é destinada a dar um aspecto mais bonito à construção, tornando-a mais real. São materiais que não consolidarão a construção. As decorações serão preparadas com antecedência, para que as crianças não percam tempo durante o desafio. Terão apenas 10 min para ajustar a decoração à construção.
Participantes:
Uma classe toda poderá participar, podendo haver vários grupos por classe. Os professores terão a liberdade de decidir o número de alunos por grupo. Aconselha-se limitar o número de grupos a 3 ou 4 por viabilidade técnica na transmissão da imagem.
O teste de resistência:
A prova de resistência é a última do desafio. Ela consiste em se colocar sucessivamente pesos de 10g até a estrutura desmoronar. Arruelas podem ser usadas com este propósito. Elas podem ser fixadas na estrutura por meio de um clip aberto em forma de S e de um elástico. O elástico serve para afivelar as arruelas. O clip é colocado no ponto mais alto da estrutura para testar sua resistência. Depois do desmoronamento o peso é determinado com a balança.
Escolas participantes do Pré-desafio do Desafio Internacional de Construção
Escola Estadual Bento da Silva César – 37 alunos
Professoras:
Marilda Mendes Perez
Roselene C. Moreno
Fernanda Pimenta Marcondes da Costa
Cláudia Maria Botassi
Escola Estadual Péricles Soares – 12 alunos
Professora: Amarilza H. Gianez Peres
Escola Estadual Prof. Adail Malmegrin Gonçalves – 14 alunos
Professora: Regina Volante
Escola Estadual Marilene T. Longhim – 13 alunos
Professora: Rosana Tosetto Guandalini
Escola Estadual Prof. Andrelino Vieira – 13 alunos
Professora: Rosinéia do Carmo Pereira Araújo
Escola Estadual Profa. Elydia Benetti – 23 alunos
Professoras:
Nádia Maria Paschoalino
Maria Luiza Cerqueira
Escola Estadual Prof. Antonio Adolfo Lobbe – 12 alunos
Professora: Dolores Garcia Diniz
Grupo | Escola | Professora | Altura | Resistência |
1 | EE Bento da Silva Cesar | Fernanda | 37cm | 60g |
2 | EE Bento da Silva Cesar | Cláudia | 35cm | 110g |
3 | EE Bento da Silva Cesar | Marilda | 65cm | 100g |
4 | EE Péricles Soares | Amarilza | 108cm | 10g |
5 | EE Marilene T. Longhin | Rosana | 46cm | 40g |
6 | EE Marilene T. Longhin | Rosana | 68cm | 170g |
7 | EE Prof. Antonio Adolfo Lobbe | Dolores | 87cm | 20g |
8 | EE Prof. Andrelino Vieira | Rosinéia | 53cm | 140g |
9 | EE Prof. Adail M. Gonçalves | Regina | 61cm | 50g |
10 | EE Bento da Silva Cesar | Roselene | 36cm | 70g |
11 | EE Profa. Elydia Benetti | Nadia | 41cm | 10g |
12 | EE Profa. Elydia Benetti | Maria Luiza | 46cm | 130 g |
E.E. Péricles Soares - 4ª. série , São Carlos
Etapa da Construção
E.E. Prof. Andrelino Vieira - 3ª. Série, São Carlos
Etapa da Construção
E.E. Prof. Bento da Silva César - 3ª. Série, São Carlos
Etapa da Conatrução
Altura (cm) | Massa (g) | |
Pão de Açucar | 53,5 | 379,27 |
Foguete Rumo às Estrelas | 67,0 | 188,05 |
Foguete Brasileiro | 179,0 | 9,91 |
"O desafio foi um sucesso e deveria ocorrer novamente, mais vezes e sempre, envolvendo
mais escolas, alunos, professores e a própria comunidade escolar. Isso é um incentivo
positivo, é valorizar e fazer com que cada um sinta-se importante, colaborador e capaz de
envolver –se com o todo, já que estamos em um mundo, que infelizmente, o individualismo, o
isolamento não nos leva a resolver problemáticas da humanidade que tanto necessita de ser
modificada e para melhor!
Agradeço pela oportunidade da participação, certa de que os resultados desse desafio, tanto
para mim como para minha turma, foram preciosos e gratificantes e que sem dúvida alguma
"podemos e somos capazes" de vencer nossas próprias possibilidades!!!
Até uma próxima oportunidade" (Profª. Amarilza Helena Gianeis Peres)
Obrigado pela visita!
Centro de Divulgação Científica e Cultural - CDCC - USP
ABC na Educação Científica - Mão na Massa